DIAMANTINA, memória, arte e beleza em Minas Gerais
Foto: Pedro Miranda/fHist
Chegue em Diamantina, pare em qualquer ponto de sua bela capistrana, olhos abertos, respire fundo. Nesse patrimônio do mundo, que orgulha os mineiros, a gente sente a história na pele, enche a vista de casarões coloniais, se encanta com arte e música por todo lado, visita Igreja, diverte-se com a alegria do povo, demora o olhar nos contornos da Serra dos Cristais e ainda reserva um tempinho para relaxar nas cachoeiras.
Com sua história, cultura e beleza natural e arquitetônica, a cidade de Diamantina, portal do Vale do Jequitinhonha, a 292 km de Belo Horizonte, com 47,7 mil habitantes, conquistou o título de Patrimônio Mundial pela UNESCO em dezembro de 1999 e desde 1938 seu Centro Histórico é tombado pelo IPHAN. São muitas as suas singularidades. Não por acaso, foi cenário de filmes e novelas de projeção nacional – como o Chica da Silva, de Cacá Diegues; a consagrada Irmãos Coragem; a série Cura; o filme da Minha Vida de Menina (diário de Helena Morley); a Dança dos Bonecos de Helvécio Ratton; entre tantos outros.
História
Foto: Pedro Miranda/fHist
Maior centro de extração de diamantes do mundo no século XVIII, o povoado começou a se formar por volta de 1704, com habitações ainda rústicas na parte baixa da Serra dos Cristais. De lá, foram subindo a encosta edificações já sólidas, e se formando as ruas – da Quitanda, do Bonfim, do Amparo, das Mercês, da Direita e do Macau, que ainda hoje conservam os mesmos traçados. Só em 1831 o então arraial do Tijuco seria elevado à condição de vila e em 1838 à cidade de Diamantina.
São do século XVIII quase todos os seus templos: o mais antigo, a Igreja do Rosário construída pelos escravizados, data de 1731. Encantam ainda as capelas de Nossa Senhora do Amparo, do Senhor do Bonfim e as imponentes igrejas de São Francisco, das Mercês, e da Ordem Terceira do Carmo. O Núcleo histórico preserva casarões dos anos de apogeu do diamante, como as casas do Forro Pintado, do Contrato, da Chica da Silva, do inconfidente Padre Rolim. Além, é claro, do Mercado Velho, para onde convergiam tropeiros de todo o Norte de Minas, hoje, Centro Cultural David Ribeiro.
Há belezas já do século XIX, como o Passadiço da Casa da Glória, que liga duas edificações bem mais antigas e é um dos símbolos da cidade. Do século XX, compõem o cenário imponentes obras do mestre Oscar Niemeyer, que edificou o moderno Hotel Tijuco, a Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, a Escola Estadual Professora Júlia Kubistchek, entre outras de sua autoria.
Teatro Santa Izabel
Foto: Felipe CanêdoA música e o teatro são vocações genuínas de Diamantina. Na década de 1750, o arraial já tinha casa de ópera e, no século XIX a cidade ganharia o Teatro Santa Izabel, que por um tempo teve outras serventias e em 2010 foi “reconquistado”.
Pois é no Teatro Santa izabel que parte do nosso Festival de Cinema acontece.
Outro destaque está nas celebrações religiosas, especialmente na Semana Santa, quando no então Arraial do Tijuco, os músicos compunham peças especiais para o evento, como as partituras eruditas de José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, ainda hoje tocadas. E não se pode falar de música em Diamantina sem mencionar o famoso carnaval, bem como as boas serestas – que deliciavam o seu filho ilustre e ex-presidente Juscelino Kubitscheck.
Vesperata
Hoje, integra a programação cultural da cidade em vários meses do ano a Vesperata, que atrai turistas de todo o País. O modelo, resgatado de sua história, traz os músicos nas sacadas dos casarões da rua da Quitanda, com acústica privilegiada, e o maestro postado na capistrana rege dali, bem pertinho do público, que lota a bela Diamantina para assistir e ouvir o espetáculo.